Nota: Se procura a revolução liberal portuguesa, veja Guerras Liberais.
A Revolução do Porto, também referida como Revolução Liberal do Porto, foi um movimento de cunho liberal que ocorreu em 1820 e teve repercussões tanto na História de Portugal quanto na História do Brasil. O movimento resultou no retorno (1821) da Corte Portuguesa, que se transferira para o Brasil durante a Guerra Peninsular, e no fim do absolutismo em Portugal, com a ratificação e implementação da primeira Constituição portuguesa (1822).
Antecedentes
O levantamento no PortoEditar
O movimento articulado no Porto pelo Sinédrio eclodiu no dia 24 de Agosto de 1820. Ainda de madrugada, grupos de militares dirigiram-se para o campo de Santo Ovídio (atual Praça da República), onde formaram em parada, ouviram missa e uma salva de artilharia anunciou publicamente o levante. Às oito horas da manhã, os revolucionários reuniram-se nas dependências da Câmara Municipal, onde constituíram a "Junta Provisional do Governo Supremo do Reino", integrada por:
Brigadeiro António da Silveira Pinto da Fonseca - Presidente
Coronel Sebastião Drago Valente de Brito Cabreira - Vice-presidente
Luís Pedro de Andrade e Brederode - Vogal representante do clero
Pedro Leite Pereira de Melo - Vogal representante da nobreza
Francisco de Sousa Cirne de Madureira - Vogal representante da nobreza
Desembargador Manuel Fernandes Tomás - Vogal representante da magistratura
Fr. Francisco de São Luís - Vogal representante da universidade
João da Cunha Sotto Maior - Vogal representante da província do Minho
José Maria Xavier de Araújo - Vogal representante da província do Minho
José de Melo e Castro de Abreu - Vogal representante da província da Beira
Roque Ribeiro de Abranches Castelo Branco - Vogal representante da província da Beira
José Joaquim Ribeiro de Moura - Vogal representante da província de Trás-os-Montes
José Manuel Ferreira de Sousa e Castro - Vogal representante da província de Trás-os-Montes
Francisco José de Barros Lima - Vogal representante do comércio
Coronel Bernardo Correia de Castro e Sepúlveda - Vogal nomeado depois de se constituir a Junta, mas no próprio dia 24
José Ferreira Borges - Secretário com voto nas deliberações
José da Silva Carvalho - Secretário com voto nas deliberações
Francisco Gomes da Silva - Secretário com voto nas deliberações
Manuel Fernandes Tomás foi o redator do "Manifesto aos Portugueses", no qual se davam a conhecer à nação os objetivos do movimento.
O movimento contou com o apoio de quase todas as camadas sociais: o Clero, a Nobreza, o Exército Português e a população em geral. Entre as suas reivindicações, exigiu convocar as Cortes para elaborar uma constituiçãopara o país, defendendo a autoridade régia e os direitos dos portugueses. Adicionalmente pretendia:
o imediato retorno da Corte para Portugal, visto como forma de restaurar a dignidade da antiga Metrópole, deslocada para o Brasil; e
a restauração da exclusividade de comércio com o Brasil (reinstauração do Pacto Colonial).
O movimento em LisboaEditar
Sessão das Cortes de Lisboa, no Palácio das Necessidades. Deputados reunidos em Assembleia, incluindo representantes das províncias brasileiras, como Antônio Carlos de Andrada (São Paulo), discursando em pé, trajando casaca castanha-tela do pintor brasileiro Óscar Pereira Silva.
A revolução espalhou-se rapidamente, sem resistências, para outros centros urbanos do país, consolidando-se com a adesão de Lisboa.
Aqui, a 15 de setembro de 1820, um movimento de oficiais subalternos, desencadeado pelo tenente Aurélio José de Moraes, com o apoio da burguesia e de populares, depôs os Regentes e constituiu um governo interino.
Finalmente, a 28 de setembro, ambos os governos, do Porto e de Lisboa, uniram-se numa única "Junta Provisional do Supremo Governo do Reino", com o encargo de organizar as eleições para as Cortes Constituintes.
ConsequênciasEditar
As Cortes reuniram-se solenemente em Janeiro de 1821. Enquanto a Carta Magna estava a ser redigida, entrou em vigor uma Constituição provisória, que seguia o modelo espanhol mas que era bastante inovador para a época.
Ainda nesse mesmo ano, em 1821, a Corte retornou a Portugal, à exceção de D. Pedro de Alcântara, que permaneceu no Brasil na condição de Príncipe Regente.
Diante do progressivo aumento da pressão das Cortes para a recolonização do Brasil, este proclamou a sua independência em 7 de setembro de 1822.
A 23 de setembro de 1822 era jurada a primeira Constituição Portuguesa.
Notas
↑ Os denunciantes foram os maçons João de Sá Pereira Soares, Morais Sarmento e José Andrade Corvo.
↑ Beresford terá pretendido suspender a execução da sentença até que fosse confirmada pelo soberano mas a Regência, "melindrando-se de semelhante insinuação como se sentisse intuito de diminuir-se-lhe a autoridade, imperiosa e arrogante ordena que se proceda à execução imediatamente". (POMBO, Rocha. História do Brasil (v. IV). p. 12.
Bibliografia
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Político português
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Revolução liberal do Porto
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A Revolução do Porto, também referida como Revolução Liberal do Porto, foi um movimento de cunho liberal que ocorreu em 1820 e teve repercussões tanto na História de Portugal quanto na História do Brasil. O movimento resultou no retorno (1821) da Corte Portuguesa, que se transferira para o Brasil durante a Guerra Peninsular, e no fim do absolutismo em Portugal, com a ratificação e implementação da primeira Constituição portuguesa (1822).
Antecedentes
O levantamento no PortoEditar
O movimento articulado no Porto pelo Sinédrio eclodiu no dia 24 de Agosto de 1820. Ainda de madrugada, grupos de militares dirigiram-se para o campo de Santo Ovídio (atual Praça da República), onde formaram em parada, ouviram missa e uma salva de artilharia anunciou publicamente o levante. Às oito horas da manhã, os revolucionários reuniram-se nas dependências da Câmara Municipal, onde constituíram a "Junta Provisional do Governo Supremo do Reino", integrada por:
Brigadeiro António da Silveira Pinto da Fonseca - Presidente
Coronel Sebastião Drago Valente de Brito Cabreira - Vice-presidente
Luís Pedro de Andrade e Brederode - Vogal representante do clero
Pedro Leite Pereira de Melo - Vogal representante da nobreza
Francisco de Sousa Cirne de Madureira - Vogal representante da nobreza
Desembargador Manuel Fernandes Tomás - Vogal representante da magistratura
Fr. Francisco de São Luís - Vogal representante da universidade
João da Cunha Sotto Maior - Vogal representante da província do Minho
José Maria Xavier de Araújo - Vogal representante da província do Minho
José de Melo e Castro de Abreu - Vogal representante da província da Beira
Roque Ribeiro de Abranches Castelo Branco - Vogal representante da província da Beira
José Joaquim Ribeiro de Moura - Vogal representante da província de Trás-os-Montes
José Manuel Ferreira de Sousa e Castro - Vogal representante da província de Trás-os-Montes
Francisco José de Barros Lima - Vogal representante do comércio
Coronel Bernardo Correia de Castro e Sepúlveda - Vogal nomeado depois de se constituir a Junta, mas no próprio dia 24
José Ferreira Borges - Secretário com voto nas deliberações
José da Silva Carvalho - Secretário com voto nas deliberações
Francisco Gomes da Silva - Secretário com voto nas deliberações
Manuel Fernandes Tomás foi o redator do "Manifesto aos Portugueses", no qual se davam a conhecer à nação os objetivos do movimento.
O movimento contou com o apoio de quase todas as camadas sociais: o Clero, a Nobreza, o Exército Português e a população em geral. Entre as suas reivindicações, exigiu convocar as Cortes para elaborar uma constituiçãopara o país, defendendo a autoridade régia e os direitos dos portugueses. Adicionalmente pretendia:
o imediato retorno da Corte para Portugal, visto como forma de restaurar a dignidade da antiga Metrópole, deslocada para o Brasil; e
a restauração da exclusividade de comércio com o Brasil (reinstauração do Pacto Colonial).
O movimento em LisboaEditar
Sessão das Cortes de Lisboa, no Palácio das Necessidades. Deputados reunidos em Assembleia, incluindo representantes das províncias brasileiras, como Antônio Carlos de Andrada (São Paulo), discursando em pé, trajando casaca castanha-tela do pintor brasileiro Óscar Pereira Silva.
A revolução espalhou-se rapidamente, sem resistências, para outros centros urbanos do país, consolidando-se com a adesão de Lisboa.
Aqui, a 15 de setembro de 1820, um movimento de oficiais subalternos, desencadeado pelo tenente Aurélio José de Moraes, com o apoio da burguesia e de populares, depôs os Regentes e constituiu um governo interino.
Finalmente, a 28 de setembro, ambos os governos, do Porto e de Lisboa, uniram-se numa única "Junta Provisional do Supremo Governo do Reino", com o encargo de organizar as eleições para as Cortes Constituintes.
ConsequênciasEditar
As Cortes reuniram-se solenemente em Janeiro de 1821. Enquanto a Carta Magna estava a ser redigida, entrou em vigor uma Constituição provisória, que seguia o modelo espanhol mas que era bastante inovador para a época.
Ainda nesse mesmo ano, em 1821, a Corte retornou a Portugal, à exceção de D. Pedro de Alcântara, que permaneceu no Brasil na condição de Príncipe Regente.
Diante do progressivo aumento da pressão das Cortes para a recolonização do Brasil, este proclamou a sua independência em 7 de setembro de 1822.
A 23 de setembro de 1822 era jurada a primeira Constituição Portuguesa.
Notas
↑ Os denunciantes foram os maçons João de Sá Pereira Soares, Morais Sarmento e José Andrade Corvo.
↑ Beresford terá pretendido suspender a execução da sentença até que fosse confirmada pelo soberano mas a Regência, "melindrando-se de semelhante insinuação como se sentisse intuito de diminuir-se-lhe a autoridade, imperiosa e arrogante ordena que se proceda à execução imediatamente". (POMBO, Rocha. História do Brasil (v. IV). p. 12.
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