terça-feira, 9 de abril de 2019

Revolução liberal do Porto



 Nota: Se procura a revolução liberal portuguesa, veja Guerras Liberais.

Revolução do Porto, também referida como Revolução Liberal do Porto, foi um movimento de cunho liberal que ocorreu em 1820 e teve repercussões tanto na História de Portugal quanto na História do Brasil. O movimento resultou no retorno (1821) da Corte Portuguesa, que se transferira para o Brasil durante a Guerra Peninsular, e no fim do absolutismo em Portugal, com a ratificação e implementação da primeira Constituição portuguesa (1822).

Antecedentes

O levantamento no PortoEditar

O movimento articulado no Porto pelo Sinédrio eclodiu no dia 24 de Agosto de 1820. Ainda de madrugada, grupos de militares dirigiram-se para o campo de Santo Ovídio (atual Praça da República), onde formaram em parada, ouviram missa e uma salva de artilharia anunciou publicamente o levante. Às oito horas da manhã, os revolucionários reuniram-se nas dependências da Câmara Municipal, onde constituíram a "Junta Provisional do Governo Supremo do Reino", integrada por:

Brigadeiro António da Silveira Pinto da Fonseca - Presidente


Coronel Sebastião Drago Valente de Brito Cabreira - Vice-presidente


Luís Pedro de Andrade e Brederode - Vogal representante do clero


Pedro Leite Pereira de Melo - Vogal representante da nobreza


Francisco de Sousa Cirne de Madureira - Vogal representante da nobreza


Desembargador Manuel Fernandes Tomás - Vogal representante da magistratura


Fr. Francisco de São Luís - Vogal representante da universidade


João da Cunha Sotto Maior - Vogal representante da província do Minho


José Maria Xavier de Araújo - Vogal representante da província do Minho


José de Melo e Castro de Abreu - Vogal representante da província da Beira


Roque Ribeiro de Abranches Castelo Branco - Vogal representante da província da Beira


José Joaquim Ribeiro de Moura - Vogal representante da província de Trás-os-Montes


José Manuel Ferreira de Sousa e Castro - Vogal representante da província de Trás-os-Montes


Francisco José de Barros Lima - Vogal representante do comércio


Coronel Bernardo Correia de Castro e Sepúlveda - Vogal nomeado depois de se constituir a Junta, mas no próprio dia 24


José Ferreira Borges - Secretário com voto nas deliberações


José da Silva Carvalho - Secretário com voto nas deliberações


Francisco Gomes da Silva - Secretário com voto nas deliberações


Manuel Fernandes Tomás foi o redator do "Manifesto aos Portugueses", no qual se davam a conhecer à nação os objetivos do movimento.

O movimento contou com o apoio de quase todas as camadas sociais: o Clero, a Nobreza, o Exército Português e a população em geral. Entre as suas reivindicações, exigiu convocar as Cortes para elaborar uma constituiçãopara o país, defendendo a autoridade régia e os direitos dos portugueses. Adicionalmente pretendia:

o imediato retorno da Corte para Portugal, visto como forma de restaurar a dignidade da antiga Metrópole, deslocada para o Brasil; e


a restauração da exclusividade de comércio com o Brasil (reinstauração do Pacto Colonial).


O movimento em LisboaEditar

Sessão das Cortes de Lisboa, no Palácio das Necessidades. Deputados reunidos em Assembleia, incluindo representantes das províncias brasileiras, como Antônio Carlos de Andrada (São Paulo), discursando em pé, trajando casaca castanha-tela do pintor brasileiro Óscar Pereira Silva.

A revolução espalhou-se rapidamente, sem resistências, para outros centros urbanos do país, consolidando-se com a adesão de Lisboa.

Aqui, a 15 de setembro de 1820, um movimento de oficiais subalternos, desencadeado pelo tenente Aurélio José de Moraes, com o apoio da burguesia e de populares, depôs os Regentes e constituiu um governo interino.

Finalmente, a 28 de setembro, ambos os governos, do Porto e de Lisboa, uniram-se numa única "Junta Provisional do Supremo Governo do Reino", com o encargo de organizar as eleições para as Cortes Constituintes.

ConsequênciasEditar

As Cortes reuniram-se solenemente em Janeiro de 1821. Enquanto a Carta Magna estava a ser redigida, entrou em vigor uma Constituição provisória, que seguia o modelo espanhol mas que era bastante inovador para a época.

Ainda nesse mesmo ano, em 1821, a Corte retornou a Portugal, à exceção de D. Pedro de Alcântara, que permaneceu no Brasil na condição de Príncipe Regente.

Diante do progressivo aumento da pressão das Cortes para a recolonização do Brasil, este proclamou a sua independência em 7 de setembro de 1822.

23 de setembro de 1822 era jurada a primeira Constituição Portuguesa.

Notas

 Os denunciantes foram os maçons João de Sá Pereira Soares, Morais Sarmento e José Andrade Corvo.


 Beresford terá pretendido suspender a execução da sentença até que fosse confirmada pelo soberano mas a Regência, "melindrando-se de semelhante insinuação como se sentisse intuito de diminuir-se-lhe a autoridade, imperiosa e arrogante ordena que se proceda à execução imediatamente". (POMBO, RochaHistória do Brasil (v. IV). p. 12.


Bibliografia

Ver também

Última modificação há 7 dias por Tschis

PÁGINAS RELACIONADAS

Sinédrio (Portugal)


Manuel Fernandes Tomás

Político português


José Maria Xavier de Araújo


Conteúdo disponibilizado nos termos da CC BY-SA 3.0, salvo indicação em contrário.

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Revolução do Porto, também referida como Revolução Liberal do Porto, foi um movimento de cunho liberal que ocorreu em 1820 e teve repercussões tanto na História de Portugal quanto na História do Brasil. O movimento resultou no retorno (1821) da Corte Portuguesa, que se transferira para o Brasil durante a Guerra Peninsular, e no fim do absolutismo em Portugal, com a ratificação e implementação da primeira Constituição portuguesa (1822).

Antecedentes

O levantamento no PortoEditar

O movimento articulado no Porto pelo Sinédrio eclodiu no dia 24 de Agosto de 1820. Ainda de madrugada, grupos de militares dirigiram-se para o campo de Santo Ovídio (atual Praça da República), onde formaram em parada, ouviram missa e uma salva de artilharia anunciou publicamente o levante. Às oito horas da manhã, os revolucionários reuniram-se nas dependências da Câmara Municipal, onde constituíram a "Junta Provisional do Governo Supremo do Reino", integrada por:

Brigadeiro António da Silveira Pinto da Fonseca - Presidente


Coronel Sebastião Drago Valente de Brito Cabreira - Vice-presidente


Luís Pedro de Andrade e Brederode - Vogal representante do clero


Pedro Leite Pereira de Melo - Vogal representante da nobreza


Francisco de Sousa Cirne de Madureira - Vogal representante da nobreza


Desembargador Manuel Fernandes Tomás - Vogal representante da magistratura


Fr. Francisco de São Luís - Vogal representante da universidade


João da Cunha Sotto Maior - Vogal representante da província do Minho


José Maria Xavier de Araújo - Vogal representante da província do Minho


José de Melo e Castro de Abreu - Vogal representante da província da Beira


Roque Ribeiro de Abranches Castelo Branco - Vogal representante da província da Beira


José Joaquim Ribeiro de Moura - Vogal representante da província de Trás-os-Montes


José Manuel Ferreira de Sousa e Castro - Vogal representante da província de Trás-os-Montes


Francisco José de Barros Lima - Vogal representante do comércio


Coronel Bernardo Correia de Castro e Sepúlveda - Vogal nomeado depois de se constituir a Junta, mas no próprio dia 24


José Ferreira Borges - Secretário com voto nas deliberações


José da Silva Carvalho - Secretário com voto nas deliberações


Francisco Gomes da Silva - Secretário com voto nas deliberações


Manuel Fernandes Tomás foi o redator do "Manifesto aos Portugueses", no qual se davam a conhecer à nação os objetivos do movimento.

O movimento contou com o apoio de quase todas as camadas sociais: o Clero, a Nobreza, o Exército Português e a população em geral. Entre as suas reivindicações, exigiu convocar as Cortes para elaborar uma constituiçãopara o país, defendendo a autoridade régia e os direitos dos portugueses. Adicionalmente pretendia:

o imediato retorno da Corte para Portugal, visto como forma de restaurar a dignidade da antiga Metrópole, deslocada para o Brasil; e


a restauração da exclusividade de comércio com o Brasil (reinstauração do Pacto Colonial).


O movimento em LisboaEditar

Sessão das Cortes de Lisboa, no Palácio das Necessidades. Deputados reunidos em Assembleia, incluindo representantes das províncias brasileiras, como Antônio Carlos de Andrada (São Paulo), discursando em pé, trajando casaca castanha-tela do pintor brasileiro Óscar Pereira Silva.

A revolução espalhou-se rapidamente, sem resistências, para outros centros urbanos do país, consolidando-se com a adesão de Lisboa.

Aqui, a 15 de setembro de 1820, um movimento de oficiais subalternos, desencadeado pelo tenente Aurélio José de Moraes, com o apoio da burguesia e de populares, depôs os Regentes e constituiu um governo interino.

Finalmente, a 28 de setembro, ambos os governos, do Porto e de Lisboa, uniram-se numa única "Junta Provisional do Supremo Governo do Reino", com o encargo de organizar as eleições para as Cortes Constituintes.

ConsequênciasEditar

As Cortes reuniram-se solenemente em Janeiro de 1821. Enquanto a Carta Magna estava a ser redigida, entrou em vigor uma Constituição provisória, que seguia o modelo espanhol mas que era bastante inovador para a época.

Ainda nesse mesmo ano, em 1821, a Corte retornou a Portugal, à exceção de D. Pedro de Alcântara, que permaneceu no Brasil na condição de Príncipe Regente.

Diante do progressivo aumento da pressão das Cortes para a recolonização do Brasil, este proclamou a sua independência em 7 de setembro de 1822.

23 de setembro de 1822 era jurada a primeira Constituição Portuguesa.

Notas

 Os denunciantes foram os maçons João de Sá Pereira Soares, Morais Sarmento e José Andrade Corvo.


 Beresford terá pretendido suspender a execução da sentença até que fosse confirmada pelo soberano mas a Regência, "melindrando-se de semelhante insinuação como se sentisse intuito de diminuir-se-lhe a autoridade, imperiosa e arrogante ordena que se proceda à execução imediatamente". (POMBO, RochaHistória do Brasil (v. IV). p. 12.


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